domingo, 6 de março de 2016

Lula Lá e os Quarenta Ladrões

Este blog fala sobre diversos assuntos, até Psiquiatria, de vez em quando. Fiz um post pseudo machista uns dois Domingos atrás, foi um sucesso, maior número de page views e comentários. Mas não continuo provocando polêmica para gerar ibope. Hoje vou falar de Política, porque não dá para ignorar as panelas batendo. Não é meu assunto preferido neste espaço, mas vou ter que me colocar.
Jung foi (e é) chamado de antissemita por muito tempo. Seja por ter discordado de Freud, que lhe valeu a expulsão das hostes psicanalíticas, seja pela manipulação de alguns de seus escritos, ou por ter presidido uma instituição psicológica em tempos de Nazismo, Jung teve vários seguidores e amigo de origem judaica e no final da vida ficou fatigado de rebater a acusação e deixava cada um tirar as próprias conclusões.
O que ele deixou de dizer em sua defesa foi o seu papel secreto e interessante de “analista” de Hitler para o Serviço Secreto inglês. A psicopatia, a identificação delirante com a sua figura messiânica, a incapacidade de analisar e reconhecer os próprios erros, todos esses traços que levaram o Nazismo à derrocada foram apontados e traçados por Jung, que ajudava os aliados a entender e manipular a psique nazista. E tem gente que até hoje bate na tecla de que o psiquiatra suíço era simpatizante do Nazismo.
Lula não é Hitler, mas compartilha de alguns de seus erros. Sobretudo o de se identificar demais com o personagem político criado por ele ou para ele. Lula virou um arquétipo. No processo, incorporou virtudes messiânicas. Ele é o defensor dos pobres, o Robin Hood que tira dos ricos e dá, não para os pobres, mas para um Estado gigantesco e, cada vez mais, corrupto e corruptor. O roubo é santificado pela intenção de proteger os desprotegidos. Lula avaliou mal as suas possibilidades e a força de sua vontade. Ele decretou que haveria crescimento, que a fome seria zero, que a crise mundial era uma marolinha. Ele parecia dobrar a Realidade à sua vontade. Ele poderia até eleger um poste chamado Dilma Roussef que nada conseguiria derrubá-lo. Seus inimigos diziam que ele era feito de teflon, pois nada grudava nele. Como outros caudilhos, achou que seria eterno.
A guerra que se trava agora não é sobre ideias, nem projetos para nosso país. A guerra é sobre símbolos. Quem domina os símbolos e consegue gerar visões a partir deles, domina também corações e mentes. É por isso que tem tanta gente falando groselha nessa luta pelo domínio simbólico. Parece uma guerra de retardados. Lula é o defensor dos pobres e está sendo perseguido pelos coxinhas que não perdoam seu sucesso na vida. O PT é um covil de ladrões e uma Organização Criminosa que pretende se apropriar do Estado. E todo petista é ladrão (tenho um amigo petista que brinca sentir saudade quando era chamado de comuna e baderneiro. Era melhor que ladrão). Nota do autor: uma minoria de petistas cometeram atos ilícitos. E discordar do PT não significa ser um coxinha alienado.
Vou colocar meu próprio mito na brincadeira. O ciclo petista se esgotou, política, ideológica e, sobretudo, economicamente. O melhor para o petismo teria sido perder a eleição para o Aécio, que estaria agora tentando descascar o gigantesco abacaxi plantado por Dilma e Mantega. Agora Dilma vive as pragas do Egito caindo na sua cabeça. Zica Vírus, Dengue, Recessão, Impeachment, Inflação, Eduardo Cunha, Desarticulação Política, Caos Econômico, Bonecos Pixulecos, Operação Lavajato, são tantas pragas que dava para ter muita inveja do Faraó Egípcio, que tinha que lidar “só” com dez pragas bíblicas. Deve ser por isso que “Os Dez Mandamentos” virou sucesso como novela e filme. Os bispos da Record tiveram a sacada. As pragas sempre simbolizaram para mim o que acontece com um Ego apegado às suas pseudo verdades, recusando o confronto com o Real. Se alguém nega o Real acaba sendo atropelado por ele. Sejam faraós ou governantes.
Lula tenta ressuscitar a sua força messiânica. Vai viajar pelo país bradando ser a vítima das elites. Marx dizia que a história se repete como farsa ou como tragédia. Muita gente tenta se agarrar na farsa. Mas o povo que acreditou na fábula que todos ascenderiam para o paraíso do consumo, agora se bate na tragédia dos preços disparando nas gôndolas do supermercado. Esse é um símbolo difícil de disfarçar.

4 comentários:

  1. Parece que política nao é o assunto preferido dos leitores desse blog ! Até porque a nossa realidade gera uma enorme indigestão !!
    De qualquer modo , esperança é a ultima que morre . Espero que algum dia acabe essa putaria, que esse fdp e toda a corja paguem pelo que fizeram com o país , e o mais importante , que em algum momento nessa vida se resgatem os valores hoje totalmente invertidos. Eu ainda acredito em papai Noel !
    Bj

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  2. Só espero que quebrar o país seja uma consequência desses desvarios e não uma premeditada estratégia de poder.

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  3. Excelente texto!!
    bjos,
    Lucia Andrade

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  4. Sil, premeditada estrategia de poder ! Alternativa dois é a mais provável , infelizmente !

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