sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Amores Voláteis

Uma das formas de tortura de mulheres que procuram por um relacionamento é a quantidade de subclassificações existentes hoje. Particularmente complexa é a classificação para "Ficar". Tem a "ficância" predatória, com uma busca estatística de quantas pessoas o ficante em questão consegue beijar durante uma balada. Uma Ficância Listerine, pode-se assim dizer. Temos os ficantes eventuais, os ficantes múltiplos e os ficantes fixos. Tudo para evitar a pronúncia da palavra proibida, "Namoro". As candidatas se espremem em diversos e pouco explícitos graus de ficância, entram nos e-mails, perscrutam os carros e a agenda do ficante para saber quantas outras candidatas lutam pela vaga. Como esta seleção Darwiniana não fosse suficiente, temos a parte mais difícil, a da consolidação da "ficância". A nossa candidata vigia cada passo, estuda as entonações, evita qualquer erro que possa por a perder o quase relacionamento recém iniciado. Óbvio que em algum momento, acabam surtando, tendo uma explosão verbal e de ciúmes, mágoa, cansaço de todo esse jogo de xadrez relacional. Conheci um rapaz que tem crises de Pãnico toda vez que vai reconhecer que está namorando. Um quadro típico de Transtorno Fóbico do Amor. Mas qual o ponto de vista dos rapazes, nessa selva de Luluzinhas ansiosas? Os rapazes aproveitam do seu desespero, é claro. Mas será que não há mais solteiros na Terra querendo relacionamentos? Os homens desenvolveram uma fobia relacional caracterizada por promessas não cumpridas e fuga desesperada diante de qualquer alteração de humor das meninas? Acho que não. Os homens também suspiram nos divãs por um relacionamento significativo. Também se sentem emparedados por mulheres que planejam o futuro ou tem uma Bíblia de reivindicações depois do primeiro beijo. Anos e anos de espera pelo Príncipe Encantado e já vão tirando as medidas do noivo para o Meio Fraque após a primeira transa.
Um relacionamento humano depende de muitas variáveis: achar a distância correta, deixar a intimidade ir se fazendo, aprender a ouvir e ser ouvido, aprender e criar sistemas de aprendizagem, amorosa, inclusive. Parece muito difícil, mas é quase impossível quando os candidatos e candidatas ficam com o nariz preso no próprio umbigo.

3 comentários:

  1. Muitooooo bom!!!!! Acho que sei em que se inspirou, ou não... rsrsrsrsrs...

    Lele

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  2. Este post, até a metade, está muito engraçado, doutor!!Dá para criar a cena como um filminho!!E o pior, tudo verdade!!Mas a mais infalível verdade está no final quando diz que é quase impossível as pessoas se relacionarem com o nariz preso no próprio umbigo.
    Sensacional!!Rsrsrs!!!

    Abraço,
    Sonia

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  3. Infelizmente, hj em dia vivemos em uma era de pessoas vazias.As pessoas, não pensam, não questionam, não vivem, apenas sobrevivem em uma sociedade que impõe algumas normas de comportamento as quais quando não são seguidas são rotuladas: "estranhas" e excluídas. Bom, gosto de fazer parte desta exclusão... gosto mais ainda de me relacionar com pessoas ditas estranhas haha A mulher que vê um relacionamento sob a ótica de se casar está perdendo a essência da troca, do amor, da cumplicidade, está deixando de experenciar o que tem de mais rico em uma relação. A principal dificuldade em um relacionamento é a de não criar expectativa para não se frustrar. Aproveitar o que tem de bom e aprender com a parte não tão bacana. Hj os homens tem medo das mulheres de verdade, questionadoras,e as mulheres só pensam em ter um marido para não passarem a ostentar o título de titia. Pena! Mas, a vida é um eterno aprendizado e cada um tem seu tempo.A.M.

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