terça-feira, 4 de janeiro de 2011

A Tijolada

Antes de começar, já aviso aos navegantes que o link do discurso de Steve Jobs que eu tinha não funciona mais, infelizmente foi tirado do You Tube. A dica é Steve Jobs/Stanford. Boa sorte. Para quem não leu o último post, o assunto foi um discurso que o CEO da Apple, Steve Jobs, apresentou quando foi patrono de uma formatura em Stanford. Havia um link com legendas do mesmo no You Tube, mas foi retirado. Mas vou falar sobre os melhores momentos.
Como ele costuma fazer, dividiu a sua apresentação em três partes (dificilmente ele tenta passar mais do que três ou quatro idéias principais em suas apresentações). No último post, falei da primeira parte desse discurso, que ele chamou de Juntando os Pontos. A segunda short story foi sobre a sua demissão da empresa que ele próprio havia fundado, a Apple. Sem entrar em detalhes, Steve mencionou fortes divergências com o CEO da época, que venceu a queda de braço com ele, os acionistas optaram por mandá-lo para casa. Um desemprego com alguns milhões de dólares de multa rescisória. Mas para ele, aquilo não era consolo. A humilhação pública, o ridículo de ser demitido da empresa que ele criara em sua garagem, as habituais hienas rindo de sua desgraça, tudo isso jogou-o num estado de torpor e confusão, como um piloto de avião que perde a linha do horizonte e não consegue se orientar. Nesse momento o que ele tinha? Um fabuloso Know How e, melhor, a sensação de ainda ser apaixonado pelo o que fazia. Junto com outros amigos, fundou a PIXAR, que nos deu algumas das animações mais importantes e definitivas dos últimos anos, como Toy Story, ou Procurando Nemo. Steve Jobs continuou a nadar, como recomendava a hilária Dory, personagem do "Nemo". Alguns anos depois, ele foi recontratado, exatamente para ocupar o cargo de seu desafeto e o resto é história. Steve Jobs reinventou a Apple e lançamentos como o I Pod e o I Phone já fazem parte da história de nosso tempo. Em seu discurso, ele fez uma dura lembrança aos formandos: em alguma fase de seu caminho, você vai acabar tomando uma tijolada na cabeça. A vida vai te dar essa tijolada. Não perca a fé. Continue seguindo o caminho de sua paixão, não perca a bússola de seu talento.
Como ele pôde ser tão categórico em afirmá-lo? Viver é, necessariamente algo que vai nos levar ao encontro de uma tijolada? Lamento dizer, mas a resposta é sim. Fazemos planos, tomamos decisões, procuramos caminhos que muitas vezes vão parar num beco sem saída. Os contos de fada nos preparam para uma ou outra bruxa ou um vilão trapalhão, como o Capitão Gancho. Não somos preparados para uma tijolada na cabeça, nem muito menos no processo gradativo de recuperação que é necessário empreender. Queremos pular imediatamente para o final feliz. Se na primeira parte do discurso, A bruxa malvada é brincadeira, perto dessas experiências. Steve Jobs falou sobre o princípio junguiano da Sincronicidade (mesmo sem provavelmente nunca ter ouvido falar na mesma), nessa fase ele fala sobre o desenvolvimento de nossa vida como uma jornada acidentada, cheia de tropeços e erros de navegação. Uma jornada de tentativas e erros. Tentar e aprender, errar e recomeçar, isso não é para qualquer um. Continue a nadar.

Um comentário:

  1. que coincidencia....meu lema ha alguns meses..."just keep swimming...."

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