segunda-feira, 28 de março de 2011

Rogério Ceni

Esse é um assunto meio batido no dia de hoje. Todo mundo está falando ou vai falar do feito espetacular desse que com certeza é um dos maiores jogadores de futebol que vestiu a camisa tricolor. Nos dias de hoje, ou nas últimas décadas, só um goleiro poderia ocupar essa posição. Essa é uma posição que você pode formar um jogador, do dente de leite ao profissional, então o êxodo de craques não é tão imediato. Só um goleiro pode ficar vinte anos como titular de uma posição. Rogério aprendeu a bater faltas exatamente por isso. Todos os colegas com que treinava na meia hora antes que chegava para treinar foram embora, vendidos, emprestados, trocados. Só ficou ele, olhando para as traves, até que começou a brincar de bater faltas. Tornou-se um dos maiores batedores de falta e pênaltis do futebol brasileiro.
Confesso que só me rendi ao Rogério como ídolo depois do títulos de 2005. Rogério foi o maestro e o líder que o São Paulo só tivera em Telê Santana. Uma vez vazou o sinal do Sportv e o Milton Leite deixou escapar, sem saber que estava sendo transmitido, que Rogério Ceni era chato para c... De fato, as mesmas características que fazem dele um verdadeiro herói arquetípico também o fazem um pouco chato: está sempre puxando a orelha de todo mundo e dizendo como as coisas deveriam ser. Exerce no São Paulo um poder que muitos diretores não tem. Ontem peitou o plano da Globo, de investir e inflar os times de maior torcida, Flamengo e Corinthians, em detrimento dos outros. Acabou referendando a política quixotesca e autista de Juvenal Juvêncio, que resolveu em sue gestão brigar com todas as federações e agora quer peitar só a Rede Globo. Vai terminar pendurado na brocha, e o evento de Rogério Ceni vai lhe dar mais sobrevida. Rogério mesmo, o melhor goleiro de sua geração, nunca se firmou na seleção depois de peitar Ricardo Teixeira, que o detesta, além de Zagalo e outro membros da corja que mandou no futebo brasileiro nas últimas décadas. Deveria ter sido mais manso, mais político? Não sei. Rogério especializou-se em ser um ídolo sãopaulino, encarnou as características de um herói arquetípico como poucos conseguem em nossa história. Quem foi ontem à Arena Barueri, sãopaulinos e mesmo corintianos, daqui a muitos anos ainda vão dizer nos almoços de Domingo: eu estava lá. Eu vi Rogério Ceni fazer o seu centésimo gol.

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