quinta-feira, 12 de julho de 2012

Felipão, de novo.

“As ameaças e as guerras/ Havemos de atravessá-las/ Cortando-as ao meio/ Como a quilha corta ao meio, as ondas” (João Bosco)


Lembrei desse trecho que antecede a gravação de uma música antiga de João Bosco quando vi o Palmeiras, com um elenco bastante limitado e sem as suas poucas estrelas, vencer a Copa do Brasil com um gol de um certo Betinho, há alguns meses reserva do São Caetano.
Nós sãopaulinos estamos realmente numa época difícil: o Santos, o Corinthians e agora o Palmeiras povoaram os céus paulistanos com seus fogos e rojões, que deixam as minhas cachorras encolhidas de medo. O São Paulo continua correndo em círculos. Lembrei de uma filme brasileiro, “Se Eu Fosse Você”, onde marido e mulher trocam de personalidades e de corpos, o que deu margem para divertidas gags de Toni Ramos e Glória Pires. Acho que aconteceu um processo semelhante entre a diretoria do São Paulo e a do Timão. Quando eu ouvi o presidente corintiano, César Gobbi, dizer que iria comemorar o título da Libertadores afogado no champanhe, pude constatar que houve essa troca de personalidades e gestão entre os clubes. Mas o São Paulo não é o tema desse post. Felipão é.
Há pouco mais de um ano levei gozação porque escrevi um post declinando a minha admiração pelo técnico Luís Felipe Scolari, conhecido treteiro/encrenqueiro e recentemente carimbado com um “Fala Muito”, berrado a plenos pulmões por Tite em um jogo que se enfrentaram, com vitória de Tite, diga-se de passagem.
Felipão ganhou um campeonato de um time que eliminou o São Paulo, que tem o elenco mais caro dos finalistas. O presidente deu uns sopapos num conselheiro na semana da final, a estrela do time sofreu um sequestro relâmpago e declarou à TV chilena que no Brasil se mata por 50 reais, o principal atacante teve uma Apendicite no dia da final, a sua dupla de atacantes na final vieram, respectivamente, do Ituano e do São Caetano e estavam há poucas semanas no clube, sem contar que todos os técnicos Top contratados pelo Palestra nos últimos anos fracassaram. Um cenário ideal e estimulante para Felipão, que tem como característica crescer e se inflamar diante da adversidade, além de transmitir isso aos seus comandados. Como nos versos de João Bosco, ele atravessou as ameaças e as incertezas como uma quilha de navio rasgando as ondas. Aos sãopaulinos, que poderiam ter levado o timoneiro ao Morumbi mas afinaram, restam os aplausos.

Um comentário:

  1. Vc estava certo mais uma vez, meu Guru !

    Viva Felipão ! Vai Palestra !


    Edison

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