segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Freguês

Já está circulando a piada de corintiano chegando para o freguês sãopaulino : "CPF na nota?". Impressionante o bloqueio emocional que se abateu sobre o time tricolor ontem. Parecia que o time estava triste, apático diante da expectativa de "Hoje termina o tabú", 3 anos e 11 jogos depois. No outro jogo em que o São Paulo levou um vareio de bola do Corinthians, no primeiro turno, o drama foi parecido: um time xôxo, com um buraco no meio de campo, vendo os adversários se multiplicando na frente da área. Sem mencionar o Elias, sempre ele, que já deve entrar rindo em campo quando o jogo é contra o São Paulo.
Não deixa de haver uma justiça poética nessa freguesia, que começou exatamente no pior ano da história do Corinthians, em 2007. Houve naquela época o impedimento da antiga diretoria contiana e assumiu Andrés Sanchez, que não acerta duas concordâncias na mesma frase mas cercou-se de gente muito boa e qualificada para botar ordem na casa, o que foi fazendo no decorrer dos anos. O São Paulo ganhou três Campeonatos Brasileiros no mesmo período e começou a sentir-se no paraíso. De lá para cá, as coisas começaram a se inverter, basta ver a quantidade de revézes que o São Paulo colecionou em relação à diretoria corintiana. Andrés Sanchez vocifera que a sua única derrota política para o inacreditável Juvenal Juvêncio foi a eleição do Clube dos Treze (que lhe valeu até um estádio, êta derrota maravilhosa). A derrota mais dolorosa, sem dúvida, foi a da Copa do Mundo. Juvenal, o hábil, o visionário, acreditou na palavra dos políticos paulistas,jurando fidelidade eterna ao Morumbi. Foi só o assunto chegar no horário eleitoral que todos acorreram ao Andrez proclamando o Itaquerão, a salvação da lavoura. Resta ao tricolor transformar o Morumbi em casa de shows. Quem lê essa postagem pela primeira vez deve pensar que eu sou corintiano, não é mesmo? Não sou não. Mas acho que há uma certa ironia de Juvenal Juvêncio terminar seu melancólico segundo mandato encastelado, com acessores pífios e esvaziados por seus arroubos e interferências, colecionando derrotas no campo e fora dele para o arquirrival. Lembra José Serra tentando ganhar a eleição sozinho, no peito e na raça, enquanto Aécio já costurava os acordos pós derrota. Eu sou o mais qualificado, gritava Serra. Somos o clube com melhor estrutura, balbucia Juvenal. O mundo está mudando rápido, gente, sobretudo para quem não consegue se debruçar sobre os própios erros e refletir. Quem sabe, até corrigir a rota que está errada.

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