(Coloca-se diante da Webcam, checando algumas vezes o melhor ângulo, vira o rosto examinando os perfis, até encontrar um ponto, ou desistir de procurar alguma imagem de webcam que não fique uma bosta)
- Oi. Meu nome é ...Não vou falar meu nome. Não sou locutora do Jornal Nacional para ter que dar Boa Noite e me apresentar. Eu sou Fulana, ou Sicrana. Para quem não me conhece, eu gosto de uma cena de um filme bobo, o “Demolidor”. O herói é um advogado cego que à noite veste uma roupa justinha, o grande público que me desculpe, mas há uma necessidade completamente gay de colocar esses heróis em roupas justinhas, mas o que eu falava mesmo? Ah, sim, do Demolidor. Pois ele encontra uma moça, que logo vamos saber também é uma super-heroína-com-identidade-secreta , a Electra. Ele pergunta o seu nome, ela começa uma luta de Kung Fú no parquinho público. Quando sobe no balanço para fugir de uma pernada, ele pergunta: “Tudo isso só por que eu perguntei o seu nome?”. Ela responde, na bucha: “Tenta perguntar meu telefone” (Risos). Eu nunca iria conseguir dar essas respostas que ficam na cabeça dos roteiristas de Holywood. Fico refazendo o diálogo milhares de vezes, poderia ter falado isso, poderia ter falado aquilo. Ou quando um cara bacana pergunta o meu nome, abro aquele sorriso meio amarelo de moça bonita mas meio ameaçada pelo carinha que eu finge ignorar... (pega fôlego). As pessoas sempre dizem que meus parágrafos são muito longos e que eu falo como se estivesse escrevendo. Deve ser por isso que sou completamente incompatível com o Twitter. Não consigo me imaginar concentrando todos esses pensamentos em uma frase, tipo “Malhando na academia”, que tem algumas variações muito poéticas, como “Voltando da academia” ou “Não fiz nada hoje que tenha a ver com academia”... Acho que essa última ficou muito intelectual para se tuitar. Pois eu estou aqui, desesperada por ser uma excluída do Twitter, resolvi inaugurar esse vídeo blog. Pois logo de saída já estou presa em uma dificuldade, que é a de me dar um nome. É muito óbvio falar um nome comum, “Meu nome é Marizete dos Santos” (abre os braços, espalhafatosa). Quando alguém faz um vídeo blog é para criar uma nova identidade, alguma coisa diferente do seu nome repetido aos berros por sua mãe. Marizete, porra, Marizete! Vem limpar a bosta da bosta do teu cachorro! Aqui entre nós, meu nome não é Marizete, nem Marizena. Mas poderia ser, minha mãe adora nomes compostos, que juntem Marílson com Elizena.(Olha para a tela). Não, não, vocês não me pegaram, não. Meu pai não se chama Marílson e minha mãe não chama Elizena. (Suspira), Poderia ser um nome daqueles ripongos, Lua, Brisa, Cachoeira... Não, não, Cachoeira não é um bom nome... Talvez eu devesse fazer uma votação entre os seguidores desse vídeo blog: qual é o nome que você daria a essa personagem? Deixa eu ver (0lha para o computador e finge teclar e pesquisar a tela), bem, meu vídeo blog estréia com zero seguidores, zero Page Views. Nada mau. Nada mau. Pelo menos eu posso fazer suspense para o meu próximo vídeo blog: tente perguntar o meu nome! Don´t call my name, Alejandro! (sai da vista da webcam, cantando e dançando Lady Gaga como se fosse a Carmen Miranda) Don´t call my name, Don´t call my name,Alejandro...
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Marizete: coming soon...
ResponderExcluirNão entendi nada!
ResponderExcluirLúcia
Oi, Lúcia. É só uma personagem que estou criando para me divertir.
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