Para quem pretende assistir ao novo filme de Cameron Crowe, “Compramos um Zoológico", saiba que esse post vai falar de um momento importante do filme, mas não vai estragá-lo, antes, espero despertar o interesse por ele.
Esse diretor americano pintou muito bem nos anos 90, fez um filme delicioso em 2000, o “Quase Famosos” e decaiu nos anos 00. “Compramos um Zoológico” não é a tentativa de recuperar o tom “cool” dos primeiros filmes. É um filme tradicional, redondo, sobre o processo de transição de uma família de classe média americana que se vê devastada pela morte prematura da mãe de duas crianças. Não é um filme a ser cultuado, como outros de Cameron, mas vale a espiada.
Matt Damon faz o papel do viúvo, Benjamin, um jornalista que está claramente zonzo com a puxada no tapete que a vida lhe deu. Resolve, como muita gente que passa por uma perda dessas, mudar completamente de vida. Quer mudar para uma casa no interior, levar uma vida mais tranquila. Encontra a casa de seus sonhos, mas há um porém: quem comprar a casa vai ter que cuidar de um zoológico que o antigo dono tinha montado. Benjamin toma a decisão de comprar a casa e reassumir o zoológico. Começa aí a jornada que na verdade é um caminho longo de elaboração de um luto.
Ontem uma cliente contava, emocionada, da declaração de amor de seu filho a uma coleguinha de escola, ambos na Sexta Série, atualmente o Sétimo Ano. O detalhe dramático é que a declaração foi postada no Facebook. Seria o menino massacrado pelos colegas, num Cyberbulling devastador? Seria simplesmente ignorado pela menina, que com doze anos já parece um murelhão quando põe um vestido? Surpresa. As outras meninas apoiaram a iniciativa. A musa agradeceu a postagem. Os colegas não devem ter notado o ocorrido, já que o menino não foi jogado dentro da lixeira da escola. Ela estava emocionada, eu contei para ela uma passagem do “Compramos um Zoológico”. Quando Benjamin resolve comprar o zoológico e mudar de vida, encontra a resistência de seu filho adolescente que já perdera a mãe e agora, mudando para uma pequena cidade, perde os amigos. O moleque fica emputecido o filme inteiro e torce para a empreitada dar errado. Faz uma amiga que trabalha no zoológico, a menina se encanta e se aproxima, mas de tanto ser maltratada, afasta-se do menino e lhe dá uma ignorada. Como diz a Lei de Spinelli número 25, “Homem bom é homem abandonado”; depois de levar um bom pé na bunda o menino se vê subitamente interessado pela garota, sem sucesso. A menina continua dando o merecido gelo nele. Foi quando Benjamin conta para o filho a Lei dos Vinte Segundos. O irmão ensinou para ele que, na vida, você precisa de apenas Vinte Segundos de Coragem Extrema. Vinte segundos que podem fazer toda a diferença. Mas é preciso exercer esses vinte segundos em plenitude. O moleque entendeu e foi lá enfrentar a menina e abrir o seu coração em seus vinte segundos de coragem extrema. O resultado os leitores vão checar no filme.
Minha cliente estava emocionada com a descoberta que seu filho fez, sem ter visto o filme, de seus vinte segundos de coragem extrema. Prometeu procurar o DVD na locadora para tentar vê-lo com o garoto, entre um blockbuster e outro. Com certeza, é um filme mais fácil de arrastar a filha para ver do que um filho, mas ela vai fazer uma propaganda adequada.
Para enfrentar as fases e os ciclos de nossa vida e de nossos filhos, vai ser preciso muitos pequenos intervalos de coragem extrema.
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Essa lei de Spinelli # 25 é muito cruel.
ResponderExcluirVale para as mulheres também ?
Edison
Doctor, assisti o filme ontem na Net e achei muito legal, simples e emocionante.
ResponderExcluirAchei o Matt Damon muito bem e com cara de coroa mesmo...
Foi baseado numa história real, certo ?
A cena do Sol raiando lembra como é a vida, dia após dia.
Acho que ainda não gastei meus 20 segundos de coragem, preciso encontrar a oportunidade.
Pra não estragar as surpresas do filme, vamos conversar por e-mail depois, OK ?
Abraços,
Edison.