domingo, 23 de setembro de 2012

Estresse e Interneurônios

Estava lendo um paper sobre o papel dos interneurônios GABAérgicos na gênese de doenças psiquiátricas graves. Não é preciso fugir desse post, eu vou explicar. Nossas redes neurais e quase toda a função de nossas células nervosas é um balanço extremamente complexo entre excitação e inibição. Temos aceleradores e breques à disposição para quase todo nosso leque de experiência. A Medicina Chinesa e o Taoísmo intuíram isso milênios antes da Ciência Moderna, dando nome de Yang para as funções masculinas e aceleradoras e de Yin para as funções femininas e acolhedoras, relaxantes, inibidoras. Há uma substância, o GABA, que responde por muitas funções Yin em nosso Cérebro.
Quando, dentro de nossas redes neurais, há um desequilíbrio maior ou menor dessas funções, os problemas começam a acontecer. Em casos mais graves, esse desequilíbrio entre excitação e inibição pode levar a doenças como a Esquizofrenia e o Autismo. Os Interneurônios constituem uma rede quase infinita de pequenos Relês que mediam a neurotransmissão, como amortecedores dessa excitação, um resfriador ou acelerador dependendo da ocasião.
Fico me perguntando se essa rede de Excitação/Inibição não responde na verdade por vários fenômenos de nossa vida prática. Tenho acompanhado a odisséia de um amigo que tem uma criança com desadaptação severa ao ambiente social, sobretudo o escolar, gerando reações violentas e autistas-like em situações de estresse. O excesso de informações, os deboches, as reações sociais complexas como as ironias, duplos sentidos, tudo isso fica dando voltas dentro de seu Cérebro Emocional gerando comportamentos disruptivos e violentos. A criança está perdida numa floresta de neurologistas, psiquiatras, pedagogos e psicoterapeutas de várias linhas, e parece faltar a todos esse entendimento: a criança não tem um instrumental de entendimento de situações complexas, emocionais e intelectuais. Não consegue, igualmente, entender essas situações e criar sistemas de aprendizagem para melhorar a sua perfomance. Isso deve atrapalhar ainda mais a ação dos seus interneurônios que tentam esfriar o sistema para encontrar a melhor solução. O resultado é, diante de pequenas contrariedades, explosões agressivas que estão se tornando cada vez mais perigosas. Qual seria a solução? Antes de mais nada, assumir que a criança tem uma limitação e parar de empurrá-la para a selva da Inclusão, muito linda no papel, mas uma verdadeira tortura para a criança que tem um déficit de desenvolvimento, se o processo não for muito bem conduzido. Depois, tentar criar estratégias para ele compreender melhor as interações sociais e o processo de aprendizagem, em um ambiente mais relaxado. Aprender numa escola menos solicitante e jogar futebol quase todo dia. Reconstruir sua capacidade de tolerar a frustração, passo a passo. Em nossa época, onde tudo está acelerado e as pessoas querem resolver tudo com um click em seu mouse, não é fácil encontrar quem faça esse trabalho.
Tenho a impressão que as pessoas vão ser cada vez mais avaliadas no futuro por sua capacidade de compreender, processar e atuar em situações de estresse e frustração. Hoje há um termo psiquiátrico que foi incorporado pelo senso comum quando a pessoa fracassa na gestão do estresse: o surto. Ouvimos cada vez mais: “Ele surtou na reunião”: “Toda vez que eu estou em TPM eu surto com a minha equipe”. Surto deveria ser um termo reservado a situações psiquiátricas severas. Hoje está incorporado em nosso dia a dia em situações onde nosso sistema de resfriamento e processamento emocional e cognitivo falham e uma pessoa pacata pode jogar o carro em corredores de uma maratona, sem motivo aparente.
Os consultores motivacionais devem parar de recomendar aos clientes estressados que relaxem ou joguem golfe. O melhor é ensinar as pessoas a usarem melhor os seus interneurônios GABAérgicos.

8 comentários:

  1. Como usar melhor os interneurônios GABAérgicos !??

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  2. Como usar os GABAérgicos?

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  3. Como usar os GABAérgicos?

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    1. Tudo o que produz uma espécie de desaceleração relaxada, de distanciamento, de resfriamento do sistema, pode ajudar a neurotransmissão GABA e a diminuição do estado de superestímulo em que vivemos. Não sei se podemos "usar" os interneurônios. Podemos, antes, ativá-los ou desativar os seus contrários, o Glutamato. Mas o tema é bem interessante. Abç

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  4. Escolhendo ser Livre dos Glutamatos

    Tomar a decisão de evitar GMS em sua alimentação é mais que possível uma escolha sábia para todos ao seu redor. Reconhecidamente, toma mais tempo planejando na cozinha e preparando comida em casa, usando ingredientes frescos e cultivados localmente. Mas saber que sua comida é pura e livre de aditivos tóxicos como o glutamato é algo inestimável.
    Além disso, escolher seu alimento lhe trará ultimamente um melhor sabor e valores mais saudáveis que qualquer comida processada com glutamato que você pode comprar no supermercado.

    O texto é escrito utilizando o contexto dos Estados Unidos, nem por isso ele não deixa de ser válido no Brasil ou em outro país que seja. No país, o glutamato é encontrado em salgados como batata-frita com sabor de cebola, embutidos como salames, também na mortadela, presunto, frios em geral, no molho de soja (algumas marcas aparentemente não colocam este ingrediente) e em muitos produtos japoneses. Ler o rótulo das embalagens é um bom começo para evitar o consumo desta substância. O equivalente maléfico doce do glutamato é o aspartame, encontrado em produtos diet, light, e similares. Grandes empresas usam GMS, leia a lista de ingredientes, e zele pelo seu bem-estar. O melhor protesto é não comprar produtos de quem não tem se preocupa com a sua saúde. Em português http://www.vidaintegral.com.br/noticias.php?noticiaid=948

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  5. Um silencioso e difundido assassino que é pior à sua saúde que álcool, nicotina e muitas outras drogas está provavelmente escondido em seu armário de cozinha neste exato momento. [1]. "Ele" é o glutamato monossódico ou GMS (MSG, Monossodium Glutamate do nome original em inglês), um realçador de sabor que é conhecido amplamente como um aditivo na comida chinesa, mas que na verdade é adicionado a milhares de alimentos que você e sua família regularmente comem, especialmente se você é como a maior parte dos norte-americanos e come a maioria de sua comida como alimento processado ou em restaurantes.

    Glutamato monossódico é um dos piores aditivos alimentares no mercado e é usado em sopas enlatadas, biscoitos, carnes, saladas, refeições congeladas e muito mais. É encontrado em restaurantes e supermercados locais, na lanchonete da escola das crianças, e incrivelmente, mesmo na comida de bebê e em fórmulas infantis.

    O GMS é mais do que somente um tempero como o sal e pimenta, ele realça o sabor dos alimentos, fazendo o gosto de carnes processadas e refeições congeladas ficar melhor e cheirar melhor, as saladas ficarem mais saborosas e comidas enlatadas com gosto menos metálico.

    Enquanto os benefícios do GMS à indústria de alimentos está bem clara, este aditivo alimentar pode estar lentamente e silenciosamente fazendo grandes danos para sua saúde.

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  6. O Glutamato Monossódico é o sal sódico do ácido glutâmico,um aminoácido presente em todas as proteínas animais e vegetais.Muito utilizado na indústria alimentícia e cria um sabor suave, rico e encorpado e pode ser adicionado em carnes, peixes,frangos, vegetais e frutos do mar,sendo que em muitos países é usado como tempero de mesa.Pode ajudar a reduzir o conteúdo de sódio e contem apenas um terço da quantidade de sódio em comparação ao sal.De modo semelhante ao vinagre, molho de soja e iogurte,é produzido através de processos fermentativos.O glutamato naturalmente encontrado em alimentos e o glutamato derivado do MSG são idênticos e são absorvidos e metabolizados da mesma maneira pelo corpo humano.Por exemplo,não existe diferença entre o glutamato livre encontrado naturalmente nos cogumelos,queijos e tomates e o glutamato livre proveniente do MSG, de proteínas hidrolisadas ou do molho de soja (shoyu) produzidos industrialmente.O glutamato é encontrado em abundância no leite materno humano em níveis dez vezes superiores aos encontrados no leite de vaca.Como resultado,a criança em fase de amamentação consome grande quantidade de glutamato,por quilo corpóreo,do que em qualquer outra fase de toda sua vida.Pesquisas recentes demonstram que o MSG estimula receptores específicos da língua produzindo um gosto essencial que se conhece com o nome de umami que, em japonês significa saboroso ou delicioso.O gosto umami corresponde ao quinto gosto básico,o qual é diferente dos outros quatro sabores conhecidos, doce,salgado, azedo e amargo.Devido ao fato do MSG ser usado amplamente como ingrediente alimentício, grande número de pesquisas têm sido realizadas sobre sua inocuidade e eficácia. Essas pesquisas, realizadas e avaliadas por cientistas e agências de regulamentação de todo o mundo, juntamente com a sua longa tradição de uso,claramente evidenciam que o MSG é de uso seguro.Entretanto, na década de 60,foi postulado que o MSG presente em alimentos servidos em restaurantes chineses, seria o responsável pela indução de uma série de sintomas desagradáveis,os quais foram denominados “Síndrome do Restaurante Chinês”. Esses sintomas incluem dor de cabeça, ondas de calor, vermelhidão facial,formigamento e rigidez na parte posterior do pescoço,opressão torácica, moléstias gástricas como náuseas e vômitos, taquicardia e alterações de humor.Na época este tema foi divulgado pela revista New England Journal of Medicine.Porém,pesquisas científicas realizadas posteriormente não confirmaram a relação entre o consumo de alimentos contendo MSG e a “Síndrome do Restaurante Chinês”.Assim, atualmente,associar a “Síndrome do Restaurante Chinês” ao consumo de alimentos contendo MSG é considerado incorreto e ultrapassado.Da mesma forma, esporadicamente tem surgido especulações sobre a relação entre a ingestão de MSG e doenças degenerativas cerebrais tais como Alzheimer,Isquemia e Parkinson.Também tem sido sugerido que o MSG é responsável por uma série de condições de saúde como hiperatividade em crianças,obesidade,reações alérgicas,asma,câncer e enxaqueca.Entretanto não existem evidências científicas que comprovem que tais doenças tenham sido causadas pelo MSG.O Codex Alimentarius,organização internacional que tem por objetivo proteger a saúde dos consumidores e assegurar a aplicação de práticas eqüitativas no comércio de alimentos, e o JECFA,os quais são utilizados em muitos países como referência para o estabelecimento da legislação nacional sobre alimentos, reconhecem que o MSG,como aditivo alimentar,é de uso seguro em alimentos.Ou seja,os consumidores de todo o mundo podem consumir diariamente alimentos contendo MSG como aditivo alimentar, com total segurança e sem riscos à sua saúde.Nos Estados Unidos, o FDA, órgão responsável pela regulamentação de alimentos naquele país, classifica o MSG como um ingrediente de alimentos seguro, de forma semelhante ao sal, o açúcar, o fermento e o vinagre. Ou seja, considera o MSG como uma substância de uso seguro em alimentos.

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  7. É sabido que a acetilcolina é um neurotransmissor muito importante e diretamente relacionado com a doença de Alzheimer, porém não é o único.
    Existe perto de uma centena de outros neurotransmissores que também podem estar intimamente envolvidos na etiologia da enfermidade.
    Existe um neurotransmissor chamado glutamato cujo excesso é altamente tóxico para os neurônios.
    O excesso de glutamato promove a entrada maciça de cálcio no interior do neurônio levando-o a morte.
    Fica claro que se esse excesso é controlado e bloqueado automaticamente os neurônios serão preservados.

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