sábado, 15 de outubro de 2011

Obsessões Amorosas, De Novo

Acabei dando a tal entrevista para a jornalista, que me encontrou na internet em entrevista que falei da Relação Iô iô. Vai ser triste depois de tantas décadas de estudo e de síntese de Psiquatria Clínica, Psicoterapia Junguiana, Neurociência, sem mencionar a Medicina Chinesa que eu ando sapeando, vou ficar conhecido como o descobridor da Relação Iô iô.
Esse blog atrai mais leitoras e comentários quando fala de relacionamentos. Já recebi longos e pungentes relatos de leitoras em meu e-mail relatando os horrores dos relacionamentos dos quais não conseguem se libertar. Já usei personagens da Mitologia Grega e de Nelson Rodrigues. Diariamente atendo mulheres bonitas, inteligentes, sofisticadas, se descabelando por homens que, se bater no liquidificador, não dão meio copo de suco. O que está acontecendo? É uma epidemia?
Os homens ganharam a guerra dos sexos. A vitória não se deu por enfrentamento direto, muito pelo contrário, mas pela guerrilha da ausência, de transformar a mulher e as relações em objeto de consumo. Surtou, eu troco. As mulheres ficam aterrorizadas de serem classificadas nessa classe de "mulher que surta", então ficam tateando, às cegas, uma forma de firmar o relacionamento, na fronteira gigantesca entre a "ficância" e o namoro. Amarradas pelo medo de explodirem, atropelarem a relação com a própria insegurança, com alguma cobrança fora de hora que faça o rapaz bloqueá-la nas redes sociais. Toneladas de pipoca, chocolate e lenços de papel são consumidas em meio às comédias românticas em que o bonitão sempre acaba persuadido pela mocinha a abandonar a feliz vida de solteiro e finalmente assumir um relacionamento, um vínculo, uma família. Procuram pelos príncipes pós modernos, que sempre olham com aquela cara quando a mulher aponta a atenção pouco diferenciada que dedicam a si e à relação.
O que eu posso dizer no espaço de um post? Antes de mais nada: é preciso um espaço de interiorização. As pessoas estão mais loucas do que jamais estiveram porque vivem em permanente angústia de exteriorização: os homens querem uma Ferrari, as mulheres querem ser uma Ferrari. A vida, a consciência evolue em ciclos de Tentativa-Erro-Interiorização-Elaboração-Aprendizagem. Quando a candidata a Jennifer Anniston (cuja vida amorosa, segundo os tablóides, só dá certo nas telas de cinema) tem uma decepção, uma perda, uma rejeição, é melhor que não saia colecionando ficantes, ou repetindo o padrão, de relação em relação. Acolha os sentimentos, recolha as pressas, interiorize que tipo de homem ou relacionamento gostaria de ter em sua vida. Se os homens fogem das "mulheres que surtam", fujam dos "homens difusos", os que colecionam mulheres ou estão sempre com a atenção em outro lugar que não seja a mulher. Sobretudo, fujam dos caras que não cumprem as suas promessas e não param de fazê-las. Os caras que fazem do some/reaparece uma arma para manter a mulher enlouquecida. Outro dia ouvi no rádio que a militância feminista de um país africano conclamou as mulheres à uma greve de sexo se os homens não tomassem determinada posição. Já pensou se a moda pega? Os homens vão ficar românticos, apaixonados, atenciosos, quase cavalheiros. Quandos as pernas se fecham, os olhos se abrem. Espero que a minha mulher não leia esse post.

9 comentários:

  1. Não sou defensora de sexos, muito menos puxo a sardinha pro lado de algum deles. Eu me relaciono com o que é saúdavel, com o que cria possibilidades de experienciar, de viver, de descobrir outra forma de crescer,de ir de encontro comigo mesma, minha vida não gira em torno do Planeta chamado Homem... Fui condicionada por longos anos a acreditar nos valores de família, sociais, etc... cumpri com maestria tudo que exigiram e eu acreditava ser o certo, comportar-me como uma boa moça, subjungando a mim mesma. A ficar na espera de príncipes, do bom rapaz, do bom marido e por aí vai. Dei de cara com uma locomotiva em alta velocidade... com o pouco que sobrou construi do zero minha nova existência. Quando acordei percebi que o mundo evoluiu e as pessoas permaneciam nos seus estados de pensar e sentir, e é aqui que as coisas pararam de funcionar do jeito que imaginávamos. Estamos na força contrária a proposta desse mundo que evolui, tentando desesperadamente manter o passado em nossas formas de viver. Sim, Vivemos uma epidemia e isso por si só já nos diz que muita coisa tem que morrer na área dos relacionamentos, e todos que insistirem em manter seus padrões e seus nós continuarão a se decepcionar cada vez mais em seus relacionamentos atuais. Não se trata só de fazermos uma escolha por um ou outro homem mais ou menos pior, se trata de uma mudança de paradigma, de abrir mão do controle, do desejo de só ser feliz se eu tiver um homem do meu lado, isso é se valorizar minimamente, de dar o poder de nossa busca de ser feliz, na mão de um outro humano, é dar nossas rédeas pra outro assumir o comando sobre o que precisamos para continuar existindo. Amar e ser amado é muito mais que isso.

    Estar sozinha e se sentir de bem com a vida também é possível, é saúdavel, dá muito tesão também, é permitir-se amar-se longas horas do dia, descobrindo que podemos fazer coisas que ao lado da responsabilidade de que um relacionamento exige, teríamos que deixar de lado no presente momento... é preciso dar este espaço de interiorização por um bom tempo, sem esse tempo nada diferente acontece, é necessário mudança de frequência de pensamento, é permitir que algo novo nos contamine com sentimentos e pensamentos nunca vivenciados, é a morte de crenças que carregamos e alimentamos por toda nossa vida.

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  2. Não é só concluir que o problema esta nos homens, e como eles pensam e agem com as mulheres, não se trata de encontrar os culpados por nossa infelicidade amorosa, a questão vai muito além disso, de o feminiono ir em busca de seu resgate, de sua verdadeira essência, é um chamado que todas as mulheres estão sendo convocadas, de irem ao encontro de seu mais profundo ser, de fazerem as pazes com sua alma , irem de encontro a sua matriz, conhecer a sabedoria da velha sábia que vive dentro de cada uma de nós...basta olhar com os olhos da alma... e pararmos com essa lamentação, com o drama de sermos vítimas do mundo masculino. O mundo masculino está tão doente e efermo como o feminino.

    Finalizo com trechos de Clarissa Pinkola Éstes do livro
    "Ciranda das Mulheres Sábias" :
    "A vida de uma mulher não precisava e não precisa ser assim, tolhida e retalhada para abrir caminho para outra coisa de valor duvidoso. Há outros modos de viver sua vida e deixar outras vidas em paz; de se harmonizar, de chegar ao pleno florescimento por toda parte...Dentro da psique de muitas mulheres existe algo que entende intuitivamente que o conceito de "curar" está incluído na palavra "saúde". Quando ferida, ela se torna "cheia de cura" - cheia de recursos de cura -, o que significa que algum filamento vibrante, gerador de vida, no seu espírito e na sua alma se move persistentemente na direção da nova vida, seja na busca de muitos tipos de forças, seja na reconstituiçao da integridade perdida, seja na criação de um novo tipo de integridade, diferente da que havia antes."

    *Com toda essa riqueza disponível dentro de cada mulher nenhum homem poderá assumir tamanha responsabilidade de tornar uma mulher feliz, isso seria covardia por parte do feminino... para a mulher que tem esse conhecimento misterioso: da existência de uma guardiã subterrânea, nenhuma comprovação se faz necessária. Para aquelas que não tem esse conhecimento, não há comprovação no mundo que consiga convencê-la.

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  3. Não é fácil fazer mudanças, mas sem elas sabemos que nada vai mudar também... então é preciso por a mão na massa, molhar esse barro endurecido que estamos cansados de olhar e tocar, dissolver e dar uma nova forma, uma forma que nos agrade mais... usar a nossa criatividade interior e esperar o que ela vai nos trazer. Tudo começa do pequeno e caminha para algo maior, neste tempo de criar aproveite para sentir o novo se mostrar timidamente no começo, ganhar força, forma... não acelere o processo, o tempo é sábio e junto com a energia da vida vai levar-nos para onde devemos ir.
    O distante nunca está longe, ele pode ser apreendido no agora, e pra isso basta ter olhos para ver, ouvidos para ouvir, humildade e vontade de experienciar no aqui e no agora, o que dificulta é o medo ao qual damos maior valor do que ele realmente é.
    Beijuss

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  4. Bacana os seus comentários, Lú!
    Gostei .
    Bjs

    Sonia

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  5. No final do post há um recado bom de se entender como valorização.
    ..." quando as pernas se fecham , os olhos se abrem".
    Vamos viver de acordo com a realidade, mas o que temos visto por aí, está passando da conta mesmo.
    Não sou moralista, nem um pouco.
    Mas manter a própria dignidade é algo além de qualquer moral.
    Tenho visto mulheres sendo humilhadas até, nas baladas,tomado conhecimento disso em conversas com amigos também.
    Hora de refletir...
    de repensar valores...
    buscando sempre ser mais feliz, mas traçando uma rota mais saudável.

    Bjs
    Sonia

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  6. Obrigada Sônia :)
    Acho que o ditado " antes sozinha do que mal acompanhada" , é válido , se você não investe neste mundo interior, com certeza vai atrair para os seus relacionamentos a vida não vivida " a sombra" e não é só com os homens que terá problemas, mas em todas as demais relações.
    Beijus

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