terça-feira, 1 de maio de 2012

Três Teorias e Uma Derrota

Bem sei que o page views desse blog são predominantemente do sexo feminino, mas de vez em quando, sobretudo quando o São Paulo sofre, mais uma vez, de sua síndrome de semifinal e apanha dentro de casa do Santos, com direito a olé no final, bem, não posso me calar. As meninas podem pular esse post, portanto. Mas vou abordar o tema sob vários aspectos, usando a Lógica, as Angústias Edípicas e a Teoria dos Campos Morfogenéticos de Sheldrake. Isso vocês não vão ler nas resenhas esportivas.
Inicialmente, o juiz Paulo César de Oliveira é detestado por muitos clubes. No ano passado expulsou Felipão, que sugeriu que o rapaz é um juiz de esquema, através de um característico movimento com a mão. O fato é que o rapaz parece sempre entrar com um determinado resultado na cabeça. O São Paulo tem um elenco melhor do que o Santos. O Santos tem um time e técnico melhores que os do São Paulo. A chance de ganhar era menor, mas passou a ser zero depois de se marcar um pênalti maroto logo no primeiro ataque do Santos. Esse é um jeito de se quebrar um time no meio. Depois é só deixar o Neymar mano a mano com Paulo Miranda no contrataque e a natureza vai seguir o seu curso. Eu já estava suspeitando do Paulo César antes do jogo, piorou durante e se confirmou no Segundo Tempo. Por que? Porque nosso amigo operou o Santos no Segundo Tempo. Uma completa inversão de tendência. Anulou um gol legítimo do Santos e validou um ilegítimo do São Paulo. Essa foi uma quebra importante da lógica interna do seu trabalho. Se estivesse convicto do seu Pênalti-Mandrake, continuaria apitando de forma normal. Não. Inverteu a tendência do Segundo Tempo, para a crônica chapa-branca, como o intolerável Milton Neves afirmar que ele beneficiou o São Paulo. Teoria da Conspiração? Sem dúvida, mas com lógica interna.Uma palavra sobre o terceiro gol do Santos e a angústia edípica. Vivemos uma época em que todos os grandes clubes tem em sua meta goleiros de medianos para fracos. Júlio César, Deola e Dênis pipocaram e falharam na hora da decisão, quando um time precisa de um goleiro. Dois já dançaram e foram para a merecida reserva. Dênis vai ganhar uma sobrevida, pois seus reservas são jovens e Leão não quer queimá-los. Dênis padece da Angústia de Influência, um termo cunhado por um crítico literário, Harold Bloom. Tudo o que ele fizer ou deixar de fazer vai sempre, sempre comparado a Rogério Ceni, o chato e arquetípico goleiro do Sâo Paulo há vinte anos. Ele mesmo já andou papando frango em final de Libertadores, mas ganhou um título mundial para o tricolor quase sozinho. Dênis, por enquanto, só papou um frango na sua primeira partida decisiva. Já foi apelidado na Folha, de Frango com Alface, uma alusão a sua Mão de Alface. Pronto. Rubinho Barrichello também sofreu desse mal, ao suceder o também arquetípico Ayrton Senna. Tudo o que ele fez foi acompanhado com a comparação, a sombra que ele nunca conseguiu ou conseguiria igualar. Dênis já está padecendo desse maldição. Não sei se vai ter força interna para vencê-la.
Finalmente, os Campos Morfogenéticos. Não sou exatamente um especialista, mas é uma Teoria que tenta explicar a tendência à repetição que vemos na natureza. Se você ensinar uma cobaia um novo truque na Austrália, outra cobaia vai replicá-lo na Califórnia. O campo morfogenético é um campo energético que produz uma comunicação universal. Explica como um cristal que necessita de milhões de repetições de padrão de precipitação fica sempre com a mesma forma. Ou como nosso corpo se forma da união de dois gametas após um número infindável de reações químicas. Uma enzima a menos pode comprometer todo o processo. Rupert Sheldrake formulou a Teoria de que deve haver uma espécie de campo energético que
cria um molde para a repetição. Gosto muito dele e de sua teoria, que tem uma fácil aplicação ao futebol. Os times tem ciclos de vitórias e de derrotas. É muito importante para um time chegar à vitória a convicção de que a mesma lhe pertence, como direito natural. O Santos entra em campo contra o São Paulo com essa convicção. O Campo Morfogenético tende a repetir os resultados pregressos. O São Paulo lembra, inconscientemente, dos chocolates que tem tomado, sistematicamente, quando cruza com o Santos em jogos decisivos (ganha quando não vale nada, como no primeiro turno). Quando toma um pênalti esquisito logo no começo, a bactéria multiresistente Afinococuss começa a dominar todo o time, começando pelo goleiro.
Resumidamente, estou à disposição, Juvenal! Fiz um post inteiro sem meter o pau em você!

Um comentário:

  1. Obaaaa....vamos ter mais um post agora mais direcionado aos campos Morfogeneticos?

    Abç
    Sonia

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