sábado, 25 de fevereiro de 2012

Ordem Implícita

Hoje eu deveria dar sequência ao tema que abri no último post. Para ser mais preciso, nos últimos posts, começando pelo “Quarto Cérebro”. Quando mencionei uma ordem do Invisível, que uma corrente da Física chama de “Ordem Implícita”, estava delineando um “Quinto Cérebro”, que não está no Cérebro. É ele que se comunica com o Universo Holoconsciente. Tem um exercício que eu faço, com as coisas que nos torturam e nos movem, que é o nosso desejo, ou nossos desejos. Imagino que posso colocá-los em um lugar imenso. Um lago espelhado. Para dizer a verdade, tirei a idéia do lago de um livro de Deepack Choppra. Jogo os desejos no lago, eles produzem um leve ondular nas águas e depois a superfície volta a ser absolutamente espelhada e impassível. O Invisível passa a cuidar desses desejos. Um Universo holoconsciente passa a lidar com eles e o Tempo das Coisas começa a operar. Alguns desejos afundam, outros frutificam. Claro que se eu falar sobre isso num Congresso ou fora de um workshop com gurus de Autoajuda, vou acabar internado, ou pior, desconsiderado. O princípio desse tipo de diálogo é o diálogo com uma espécie de Supercomputador Cósmico, que vai processar e dar forma a essa busca. Quem tem um desejo, tem um caminho. O caminho se faz ao caminhar, dizia o poeta. Quanto mais constante e nítida a forma do desejo e sua reiteração, mais as manifestações, as coincidências e os sinais podem aparecer ao buscador. É claro que isso pode gerar um comportamento esquizofrênico de ficar tentando decifrar manchas de gordura e acontecimentos fortuitos, mas é um risco que temos de correr.
Nos últimos anos tenho me aproximado do Taoísmo pela sua profunda identidade com o pensamento de Carl Jung, terapeuta junguiano que sou. O sábio Taoísta não é um maluco esotérico tentando decifrar presságios, é antes um ser profundamente conectado aos movimentos do Tao. Mas o que é o Tao? Não pode ser nomeado nem explicado, diz Lao Tsé. O Tao é uma percepção do Imperceptível, então ele se manifesta indiretamente. Como o Inconsciente Coletivo. Um critério é o das Coincidências Significativas. Um desejo alinhado com o Tao, ou com a “Ordem Implícita”, costuma ser carregado de coincidências positivas. No futebol, por exemplo, tem o ditado que a sorte beneficia os campeões. O Barcelona cria um campo psíquico de vitória. Os santistas devem lembrar no gol de Fábregas no Santos, na final do Mundial do Japão. A bola bateu e rebateu em todo mundo, até cair no pé do espanhol, que colocou a bola no único cantinho que não tinha ninguém para alcançá-la. Sorte de campeão ou campo psíquico propício? Para o nosso raciocínio, não há diferença.
É lógico que num Universo Darwiniano, como o que vivemos, tudo é regido pela probabilidade cega, nada tem uma ordem profunda, é o entrechocar de prótons e elétrons produzindo mutações aleatórias, de genes ou de condições atmosféricas. Não há “Ordem Implícita”, apenas o deus supremo do Materialismo, o Acaso. Um filhote estranho é o Determinismo. Já que não há uma ordem invisível, então o que existe é a capacidade de operarmos e controlarmos a Matéria. Não há campo psíquico, há a Intenção e a Técnica. Os resultados são conhecidos e visíveis.
O fato é que não precisamos de autorização de ninguém para constatarmos essas estranhas e significativas coincidências que nos conduzem, como uma mão invisível.

3 comentários:

  1. Oi, Spinelli,

    Achei bem difícil o seu texto (tive que ler duas vezes), mas extremamente interessante. Você poderia escrever mais sobre este assunto.
    Um abraço,
    Lúcia Andrade

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    1. Oi, Lúcia. Obrigado pela apreciação do texto. Vc pode apontar que parte desse texto gostaria que fosse mais desenvolvido?
      Marco Spinelli

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  2. Adorei o exercício dos desejos.Muito legal.
    E quem de nós não testemunhou coincidências, boas e ruins (que não significam más), em nossas vidas e nas vidas alheias, em fatos, através dos meios de comunicação, etc. Acho até que estamos obtendo tantas informações delas, das coincidências, que já estamos até nos acostumando a elas.
    Muitas vezes nem percebemos sermos conduzidos pela "mão invisível" ao tomarmos uma decisão, ou ao escaparmos de uma situação que colocaria nossas vidas em risco, tudo muito "sem querer", sem intenção, mas que nos conduz, de uma forma ou de outra a um resultado .
    Bem, eu gostei mesmo do exercício.Vou continuar investindo nos meus desejos.
    Obrigada,
    Abraço,
    Sonia

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